domingo, 2 de agosto de 2020

O Pacto Catacumbas em Domitila - ano 1965

Vou tentar transcrever parte de um livro "Pacto das Catacumbas ocorrido em Domitíla-1965" como sentido evangélica, penso ser do interesse dos cristão e, a parte transcrita poderá servir para reflexão. Depois do entre outros no Concilio Vaticano II, este ano faz 55 anos que ocorreu. O livro pretende que se conheça e se assuma o dom e a tarefa do Pacto das Catacumbas, o seu conteúdo e as sua repercussões na vida da Igreja, de compromisso concreto inicialmente a um número reduzido de bispos (cerca de 40), que o assinaram em seu nome próprio no contexto do Concílio,nas catacumbas Domitila, num lugar onde se mantém viva a tradição da Igreja dos perseguidos e marginalizados da antiga Roma. Mais adiante (porque não tenho a ousadia de transcrever todo texto inicial mas o seu principal):
Como nos aproximamos de uma data a 18, dia atribuída pelo Papa Francisco: Dia Mundial dos Pobres, pode servir como reflexão e preparação dos vicentinos que queiram viver o seu tempo a servir a Igreja através dos seus assistidos e aperfeiçoamento evangélico...
 
Pequena nota aos vicentinos: 
sabemos que parte dos compromissos estão a ser seguidos mas, tenho a dizer que também parte não estão, ainda existe pequenas falhas, sei que os senhores padres fazem o seu esforço mas tenho verificado aqui e ali algumas riquezas que aos olhos dos cristãos entre outras não caem bem. 
Embora os compromissos sejam de todos dirigidos aos signatários mas, cabe aos vicentinos (também uma riqueza não partilhada na sua quota-parte cabe a nos na missão ne caridade e observância aqui expressos seguir os mesmos caminhos pois a eles também são destinados.
  
O Pacto das Catacumbas.
 
Catacumbas de Domitila, 16 de Novembro de 1965.

No dia 16 de novembro de 1965, poucos dias antes do encerramento do Concílio, cerca de quarenta Padres, conciliares celebraram uma Eucaristia na catacumbas de Domitila. Pediram para «ser fiéis ao espirito de Jesus» e, ao terminar a celebração assistiram o que chamarão de »Pacto das Catacumbas». O Pacto é um convite aos »irmãos no episcopado» para que levem uma »vida de de pobreza» e sejam uma Igreja «serva e pobre» como queria João XXIII. Os signatários - entre eles muitos latinos-americanos, aos quais se uniram depois outros - comprometiam-se a viver na pobreza, a rejeitar os símbolos ou privilégios de poder e a colocar os pobres no centro do seu ministério pastoral. Assim a determinação e toda a força de Deus nos quer dara a graça, comprometemo-nos ao que se segue:
  1. ) Procuraremos viver segundo o modo ordinário da nossa população, no que concerne à habitação, à alimentação, aos meios de locomoção e a tudo que daí se segue. Cf.Mt 5,3;6,33s;8,20.
  2. ) Renunciaremos para sempre à aparência e à realidade da riqueza,especialmente no traje (fazendas ricas, cores berrantes), nas insígnias de matéria preciosa (devem esses signos ser, com efeito evangélicos). Cf.Mc 6,9; Mt 10,9s;At3,6. Nem ouro nem prata.
  3. Não possuiremos nem imóveis, nem móveis, nem conta em banco, etc., em nosso próprio nome; e, se for preciso possuir, poremos todo em nome da Diocese, ou das obras sociais ou caritativas. Cf. Mt 6,19-21;Lc 12,33s.
  4. Sempre que possível, confiaremos a gestão financeira e material na nossa Diocese a uma comissão de leigos competentes e Cônscios do seu papel apostólico, em vista de sermos menos administradores do que pastorais e apóstolos. Cf Mt 10,8; At 6,1-7.
  5. Recusamos ser chamados, oralmente ou por escrito, com nomes e títulos que signifiquem a grandeza e o poder (Eminência, Excelência, Monsenhor...). Preferimos ser chamados com o nome evangélico de Padre. Cf Mt 20,25-28; 23,6-11; 13,12-15.
  6. No nosso comportamento, nas nossas relações sociais, evitaremos aquilo que pode parecer conferir privilégios, prioridades ou mesmo uma preferência qualquer aos ricos e aos poderosos (ex.:banquetes oferecidos ou aceites, classes nos serviços religiosos). Cf. Lc 13,12-14; 1Cor 9,14-19.
  7. Do mesmo modo, evitaremos incentivar ou lisonjear a vaidade de quem quer que seja, com vista a recompensar ou solicitar dádivas, ou por qualquer outra razão. Convidaremos os nossos fiéis a considerarem as suas dádivas como uma participação normal no culto, no apostolado e na acção social. Cf. Mt 6,2-4; Lc 15,9-13; 2Cor 12,4.
  8. Daremos tudo o que for necessário do nosso tempo, reflexão, coração, meios, etc., ao serviço apostólico e pastoral das pessoas e dos grupos operários e economicamente mais débeis e subdesenvolvidos, sem que isso prejudique as outras pessoas e grupos da diocese. Amparemos os leigos, religiosos, diáconos ou sacerdotes que o Senhor chama a evangelizarem os pobres e os operários, compartilhando a vida operária e o trabalho. Cf. Lc 4,18s; Mc 6,4; Mt 11,4s; AT 18,3s; 20,33-35; 1Cor 4,12 e 9,1-27.
  9. Côncios das exigências da justiça e da caridade e das suas relações mútuas, procurearemos transformar as obras de »beneficência» em obras baseadas na caridade e na justiça, que levam em conta todos e todas as exigências, um humilde serviço dos organismos públicos competentes. Cf. Mt 25,34-46; Lc 13,12-14,33s.
  10. Poremos tudo em obras para que os responsáveis pela governação e pelos nossos serviços públicos decidam e ponham em prática as leis, as estruturas e as instituições sociais necessárias à justiça, à igualdade e ao desenvolvimento harmónico e total do homem em todos os homens e, por aí, ao advento de uma outra ordem social, nova, digna dos filhos doas homens e dos filhos de Deus. Cf. At 2,44s; 4,32-35; 504;2Cor 8-9; 1Tim 5,16.
  11. Uma vez que a colegial-idade dos bispos encontra a sua realização mais        evangélica na assunção do encargo comum das massas humanas em estado de miséria física, cultural e moral-dois terços da humanidade -        comprometemo-nos:
  • a participar, segundo os nossos meios, dos investimentos urgentes dos        episcopados das nações pobres; a requerer, juntos, ao plano dos organismos internacionais, mas testemunhando o Evangelho, como o fez o Papa Paulo VI na ONU,a adoção de estruturas económicas e culturais que não produzam mais nações proletárias num mundo cada vez mais rico, mas sim permitir às massas pobres saírem da sua miséria.
  • 12) Comprometemo-nos a partilhar, na caridade pastoral, a nossa vida com os nossos irmãos em Cristo, sacerdotes, religiosos e leigos, para que o nosso ministério constitua um verdadeiro serviço; assim:
  • suscitaremos colaboradores para serem mais animadores segundo o espírito, do que chefes segundo o mundo;
  • procuraremos ser o mais humanamente presentes, acolhedores...,
  • mostrar-nos-emos abertos a todos, seja qual for a sua religião. Cf. Cf. Mc      8,34s; At 6,1-7; 1 Tim 3,8-10.
 13.Tornados às nossas respectivas dioceses, daremos a conhecer aos nossos         diocesanos a nossa resolução, rogando-lhes que nos ajudem com a sua               compreensão, o seu concurso e as suas preces.
     Que Deus nos ajude a ser fiéis.      
 

    

Sem comentários:

Enviar um comentário