quarta-feira, 14 de novembro de 2018

"Este pobre grita e o Senhor o escuta"



“Este pobre grita e o Senhor o escuta” (Sl 34,7)

Que excelente ideia a do Papa Francisco em estabelecer um dia de domingo no ano para que reflitamos sobre a situação dos Pobres!  Em sua mensagem para este dia, o Santo Padre parece fazer uma reflexão para a Família Vicentina.  É impressionante o que há de comum entre a sua mensagem e a vocação vicentina.
O Santo Padre reflete sobre a situação dos Pobres a partir do Salmo 34: “Este pobre grita e o Senhor o escuta”.  Mostra-nos em um estilo bem jesuíta, a necessidade de pensar em três verbos a que leva este salmo: “gritar”, “responder” e “libertar”.
Em primeiro lugar, o Pobre grita.   Como paralelo ao Salmo 34, a mensagem papal lembra a passagem do cego Bartimeu (do Evangelho de São Marcos – 10, 46-52) que, estando no caminho a pedir esmola, ouve que Jesus está passando e grita e repete incessantemente “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!”.  E Jesus, apesar de todo o barulho da multidão que queria que Bartimeu se calasse, escuta-o e cura-o.  Quantas vezes somos Bartimeu e quantas vezes somos o Cristo, em nossa vida vicentina?  É verdade que buscamos a cura e a dignidade do Pobre, mas às vezes necessitamos gritar como ele, para que o Senhor nos escute!  O Santo Padre se pergunta “como é que este grito que sobe até a presença de Deus não consegue chegar aos nossos ouvidos e nos deixa indiferentes e impassíveis”.  E nos exorta: “num dia como este, somos chamados a fazer um sério exame de consciência, de modo a compreender se somos verdadeiramente capazes de escutar os pobres”.  E acrescenta: “é do silêncio da escuta que precisamos para reconhecer a voz deles”.  Não é necessário falar muito; como vicentinos, somos chamados inicialmente a silenciar, para deixar que somente o grito do Pobre se faça ouvir.

Em segundo lugar, o Senhor responde.   Que significa responder ao Pobre?  “A resposta de Deus ao pobre é sempre uma intervenção de salvação para cuidar das feridas da alma e do corpo, para repor a justiça e para ajudar a recuperar a vida com dignidade.  A resposta de Deus é também um apelo para que quem acredita Nele possa proceder de igual modo, dentro das limitações do que é humano.  O Dia Mundial dos Pobres pretende ser uma pequena resposta que, de toda a Igreja dispersa por todo o mundo, é dirigida aos pobres de todos os tipos e de todas as terras para que não pensem que o seu grito tenha caído no vazio”.

Finalmenteo Senhor nos convida a que juntos, nós e o Pobre, nos libertemos.   Esta é a grande mística do serviço vicentino ao Pobre.  A atenção ao Pobre, como indica o Papa Francisco, não deve deixar que nos “descuidemos o que nos é próprio, isto é, levar todos a Deus e à santidade”.  E, como fazer isto?  A resposta é dada de forma direta: não somos nós que servimos, mas é o próprio Deus que serve os Pobres.  Por isso, “diante dos pobres, não se trata de jogar para ter a primazia da intervenção, mas podemos reconhecer humildemente que é o Espírito quem suscita gestos que são sinal da resposta e da proximidade de Deus.  (…)  Os verdadeiros protagonistas são o Senhor e os pobres.  Quem se coloca ao serviço é instrumento nas mãos de Deus para fazer reconhecer a sua presença e a sua salvação”.   Por isso, São Vicente chama os Pobres de nossos Senhores: Eles estão muito mais próximos do Senhor da Vida.
“Ninguém pode sentir-se excluído pelo amor do Pai, especialmente num mundo que frequentemente eleva a riqueza ao primeiro objetivo e que faz com que as pessoas se fechem em si mesmas.”  Portanto, a libertação necessária ao combate da pobreza serve também, e, em particular, para nós que servimos os nossos Senhores.
Que este Dia dos Pobres seja uma oportunidade para que possamos compartilhar a alegria que representa a nossa vocação vicentina!
Eduardo Marques Almeida


sábado, 10 de novembro de 2018

" Sem tempo para morrer" Grande estória de um monge

A estória  passa-se em Barcelona após a solenidade de Todos os Santos e a comemoração de todos os fieis defuntos. então o Arcebispo de Barcelona publicou no domingo 4 de novembro na sua carta semanal intitulada "Sem tempo para morrer". o seu protagonista é um monge o qual todos diziam que era um santo, sempre de bom humor e sempre ocupado.

ESTÓRIA

"Um dia, recebeu a visita de um anjo, quando estava na cozinha a lavar panelas. O anjo lhe disse: Deus me enviou para te levar para a vida eterna, chegou a tua hora"

"O monge respondendo sorridente: Agradeço a ti e a Deus por me convidar tão cedo para sua glória, mas alguns pensarão que pedi para morrer só para não lavar mais panelas. Não poderia deixar a viagem para mais tarde?. 'Vamos ver o que se pode fazer', disse-lhe o anjo. E o monge continuou com a sua tarefa lavando panelas, porque no convento havia poucos voluntários".

Outro dia, "o monge estava na horta, cavando a terra e o anjo apareceu, mas o viu tão atarefado que, sem lhe dizer nada, foi embora".

"Os dias iam passando e nosso monge, quando não tinha panelas para lavar nem terra para cavar, costumava ir ao hospital para visitar os doentes e, quando o anjo o viu em meio a tantos enfermos, deixou-o tranquilo, não lhe disse nada", continuo o Cardeal.

"Mas aquela noite, depois de voltar para o convento, o monge se sentiu velho e cansado, sem vontade de limpar as panelas, nem de cavar a terra, nem de visitar os doentes. Entrou na capela e disse ao senhor: "Se queres me mandar agora o teu mensageiro, estou disposto a acompanha-lo, já não sirvo para nada".

Então, "o Senhor lhe disse: Faça-me um pouco de companhia, há muito tempo que esperava que tivesses um momento livre para estar comigo".

Que estória tão bela! Este relato embora tenha sido numa altura dedicada no mês de novembro, aos defuntos, aos nossos familiares e amigos que ja faleceram, não deixa de convida-nos a todos e especialmente aos vicentinos que rezar não faz mal nenhum pelo contrário, quem tem dificuldades em resolver um problema com uma pessoa que ajudamos e que seja difícil, a melhor solução é rezar e pedir a Deus que nos ajude a resolver a questão. Quantas vezes temos "pessoas em situação de pobreza" que precisam de ajuda e temos dificuldade em seleccionar por ordem os problemas!
Por outro lado "existe casos assim" vamos na onda dos assistidos porque eles se queixam e não vamos ao funda da questão em saber se realmente têm mesmo necessidade e continuamos a não ajuda-los a deixar esta vida de agarrados às sacas de alimentos.!
Só seremos verdadeiros Cristão é conseguimos ajuda-los é libertarem-se e tornarem-se dignos de uma sociedade igual onde Deus é soberano. Vamos la ajudá-los a ganharem a dignidade que eles merecem. Ide sempre acompanhando as pessoas que conheceis e vede como estão, evitai ajudas em segredo porque numa conferência não pode haver casos de confidencialidade. A Sociedade Vicentina estaria mal.