sábado, 25 de agosto de 2018

Um certo marido


“Tu não percebes nada”

É esta frase que continuadamente se ouve em alguns casais, normalmente nos homens e esta comunicação pode ser prejudicial para ambos, marido e mulher. Acho este conto pode servir bem para uma reflexão para todos nós…
Antes de tudo faz-me lembrar um pensamento que trago comigo, nas causas de muitas separações de casais acontece com frequência hoje em dia e que um dos dois não se apercebem e no fim acusam-se mutuamente, enquanto em casa tem de fazer vida a dois e o marido por exemplo, depois de casado não pode fazer uma vida de solteiro. Pode acontecer nos dois, mas normalmente o marido tem sempre um grupo amigos e a esposa fica em casa. Pelo facto de a esposa não acompanhar o marido mesmo numa tarde desportiva, com o seu tempo, pode criar “mossa” no futuro do casal.

Mas passo em frente e lá vou tentar contar o conto resumidamente conforme abri o texto.
O marido, qualquer que fosse o motivo, dizia frequentemente à esposa:
- Tu não percebes nada!
Esta frase era constantemente repetida alguns exemplos:
Marido chega a casa senta-se no sofá a ver TV. Mulher dizia que seria boa altura para acompanhar o aproveitamento escolar dos filhos entre outras tarefas de casa.
A resposta era sempre a mesma continuadamente em algumas situações:
- Tu não percebes nada!
Uma noite, quando a TV transmitia um jogo falta a corrente elétrica, a resmungar desceu as escadas para verificar o quadro elétrico, a esposa disse-lhe; acende uma vela que não vez nada e podes cair, ele lá voltou à mesma resposta: Tu não percebes nada…. Porem naquela noite sucedeu o pior. O marido deu um passo em falso e caiu pelas escadas a baixo.
Ficou estatelado a queixar-se. Chamou a ambulância e ele, acompanhado pela esposa, seguiram para as urgências. O seu caso era grave, depois de dias nos cuidados intensivos, conseguiram-lhe salvar a vida.
Quando o marido acordou viu a esposa ao seu lado, de lagrimas nos olhos, percebeu que ele nunca o tinha abandonado.
Passados alguns dias, quando pode balbuciar as primeiras palavras, enquanto duas grossas lagrimas brilhavam nos seus lhos, murmurou:
- Sou um animal! Nuca tinha imaginado que me amasses tanto!
A esposa, com o seu sorriso de sempre, amável e luminoso, murmurou-lhe ao ouvido:
- Tu não percebes nada!
Certamente naquela casa deixou de constar essa palavra que pode assassinar o amor na vida do casal.



domingo, 15 de julho de 2018

Limpar os pés do pó antes e depois?


Estas frases podemos tira-las do evangelho de Marcos 6, 7-13.

Jesus chamou os seus discípulos e convidou-os para irem dois a dois, que não levassem nada com eles; nem pão para se alimentar, nem dinheiro só que levassem consigo o cajado.
Ao “enviar dois a dois” convida-os depois de saírem limpassem os pés do pó. Quando entrassem ungissem com o óleo para expulsar os demónios.
Claro que as palavras de Jesus foi para que se convertessem ungindo-os de Óleo, que não fossem sozinhos, mas acompanhados nas suas missões perdoando, curando os doentes e os pecadores.
Ora para nós Vicentinos o que tem haver com o nosso carisma vicentino como missionários o facto de irmos sempre mais do que um, e limparmos os pés do pó?
Primeiro ir em missão é um do nosso lema é: “Ser Missionários”, segundo nunca devemos ir sozinhos porque se o fazemos pode tornar-se monótono e também porque os nossos assistidos não é nossa propriedade alem disso, se eu que vou com assiduidade um dia estivermos impedidos de o fazer outro vicentino deve poder faze-lo.
Segunda se Jesus convida antes de sair limpar os pés do pó nós que somos convidados devemos antes de entrar limpar os sapatos do pó e saber se podemos entrar, depois lá dentro não ter pressa, limpamos à entrada porque somos seus convidados…
Terceira se formos sozinhos quase que podemos considerar um lugar à imagem do Inferno!...
O Ceu, está aberto para todos, Deus deixa entrar todos, não exclui ninguém, enquanto o inferno só deixa entrar um de cada vez, excluí-nos. Pensando melhor é como uma estória de um caminhante que vai com os seus amigos, começam a ficar com sede e encontram uma casa lindíssima cheio de flores e um chafariz.  Se for esse lugar o “Inferno” o mordomo não deixa entrar todos de cada vez para matar a sêde, mas por outro lado se for um lugar exatamente igual sendo o Céu, se perguntar ao porteiro eles ali, diz: sim podem entrar todos para saciar a vossa sede.  
Por isso vos digo, vicentinos, antes de entrar limpai os sapatos e perguntai se podem entrar dizendo que também são missionários da Caridade e do Amor. Peçam desculpa por não levarem nenhuma sacola com comida para o corpo, mas levam a comida do Espírito Santos que alimenta e dá força à nossa inteligência, ao nosso coração, em suma dá o alimento do Espírito Santo. Deus     

Nós vicentinos podemos sair algumas vezes rapidamente sem limpar os sapatos estamos com pressa, vamos a correr porque se calhar o local não está dentro das nossas capacidades de entender, de ouvir, não estamos preparados.
Para que não sejamos como um filho que não visita, não acompanha a sua mãe e antes que diga que não pode ver o corpo da sua mãe com uma determinada doença, então preparemos bem o nosso espírito, peçamos a unção dos Óleos e assim com o perdão do pecado já temos coragem de olhar para o nosso amigo, familiar, etc. Mas não se esqueçam os assistidos não são nossa propriedade ide sempre em grupo.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Precisamos de santos que usem jeans e ténis.

O nosso confrade Renato Lima escreve para o boletim português de junho, lança no final do texto uma reflexão aos confrades e aos jovens como desafio, que a SSVP possa captar jovens para as Conferências e/ou formarem Conferências de Jovens Vicentinos. Neste desafio lembrou o mesmo discurso dirigido aos jovens pelo São Paulo II:
“Precisamos de santos sem véu ou batina. Precisamos de santos de calças jeans e ténis. Precisamos de santos que vão ao cinema, ouvem música, bebem Coca-Cola e passeiam com os amigos”.

Existe um grande trabalho por detrás do CGI, a Vice-presidente Internacional de Juventude, Crianças e Adolescentes tem vindo a produzir inúmeros frutos. Foi estabelecido o dia 4 de julho como “Dia Internacional do jovem da SSVP” para honrar a memória do saudoso Pedro Jorge Frassat, jovem vicentino italiano faleceu aos 24 anos ficando doente após visitar famílias carentes. 
Em Salamanca realizou-se o 2 Encontro Internacional da Juventude da SSVP. Foi dado posse a 12 novos integrantes da equipa internacional geral na definição das estratégias relacionadas com os jovens. Tem havido várias videoconferências com debates a questão do jovem inserido nas Conferências e nos Conselhos. O CGI no seu Plano Estratégico prevê no item 3, que trata da juventude, a meta audaciosa de termos jovens na proporção de, pelo menos, 30% dos membros em todos os países. 
No nosso Conselho de Zona, pelos inscritos nos QE em 2016, precisávamos de pelo menos 48 jovens, ou seja, de 3 a 4 jovens distribuídas por cada Conferências.

Qual a metodologia a seguir nos encontros paroquiais:
Como atrair o jovem para a SSVP, há várias estratégias que podemos empreender. Mas a melhor delas é falar sobre Ozanam para os jovens, nos colégios, nas universidades, nos grupos jovens paroquiais e junto dos crismados. Tenho que referir que nos grupos ligados às paróquias a ajuda dos párocos é essencial para refrescar as mais antigas ou como alternativa haver uma conferência de jovens por paroquia.

Falar de Ozanam para os jovens é fundamental dizer-lhes que ele, viveu a vida plenamente: estudos académicos, amizades sinceras, namoro e casamento, mercado de trabalho, família, vida na igreja, presença na SSVP, atuação social, etc.

Ozanam é um exemplo para os jovens do século XXI e acima de tudo ele é exemplo para a humanidade, pois ele foi aquele católico fiel, bom filho, pai amoroso, bom esposo, excelente profissional e protagonista social do bem comum (ao ser considerado o principal precursor da Doutrina Social da Igreja Católica). Frederico Ozanam é o nosso referencial e “modelo possível” de viver a santidade! Temos o dever de partilhar os nossos saberem com os jovens para que estes possam também disfrutar dos benefícios espirituais de ser vicentino, será esse o seu papel em cada comunidade; difundir a figura do bem-aventurado António Frederico Ozanam.

Ozanam, sempre comentava com os jovens, sobre a experiência as lembranças dele dos tempos de estudante: “É feita para nós, diariamente, a mesma pergunta: até quando iremos praticar, dentro das associações católicas, esse tipo de caridade chamado de ‘caridade do copo d’água’? O que faremos para mudar isso, mostrando que não basta aliviar a miséria, mas, sobretudo, secar as fontes de onde emana esta miséria?” Ozanam sempre lutou para que a juventude vicentina tivesse uma prática social muito mais comprometida, na defesa da dignidade e pela acolhida generosa juntos dos mais pobres das [pessoas em situação de pobreza], como tem vindo a defender o presidente da rede EARN no combate à pobreza e exclusão social.

Mas, como dizia a SSVP precisa muito dos jovens e precisa de verdade. A Sociedade foi fundada por jovens! O jovem é a renovação da Sociedade de São Vicente de Paulo. As ideias, propostas, inquietações da jovem e jovem vicentino devem ser acolhidas pelos Conselhos e pelas Conferências como um “verdadeiro presente de Deus”. O jovem vem para somar e melhorar com s sua criatividade e inovação e nós precisamos da sua generosidade mesmo com as nas “suas imprudências”, para aperfeiçoar as atividades, os programas, os projetos e as iniciativas adotadas pelos Conselhos e pelas Conferências. 

A este Conselho de Zona cabe a tarefa de dinamizar e incentivar as Conferências Vicentinas a saírem de alguma dificuldade que por ventura sintam no diálogo nas reuniões de Conferência, com os seus Conselheiros ou Assistentes Espirituais, não deixar de abordar o tema, contando sempre com eles, para que em conjunto possam ajudar na captação de jovens vindos do Crisma, entre outros grupos de ajuda-fraterna, no princípio do Ano Pastoral denominado “Todos Discípulos – Missionários” a reforçar ou iniciarem uma nova experiencia como vicentinos ou criar novas Conferências de Jovens Vicentinos.

A direção faz o convite a todos os vicentinos do Conselho de Zona neste período descanso, entrar mais reforçados fisicamente e encher os pulmões de Espírito Santo que vos anima a trilhar caminhos em missão à santidade. Precisamos de vicentinos mais santos mesmo que andem de sapatilhas…


terça-feira, 10 de julho de 2018

BANCO DE APOIO TÉCNICO NA ÁREA DA SAUDE

Está a decorrer pela Junta de Freguesia de Mafamude vilar do Paraíso até ao dia 30 de julho um concurso que a Conferência de São Cristóvão de Mafamude concorreu com o projecto "6-Banco de Apoio Técnico na Área da Saúde", precisamos do seu VOTO para ganhar com o nosso projecto.
Link para Votar: https://mafamudevilarparaiso.pt/orcamento-participativo-2018/votacao.php


Informe o seus vizinhos que basta aceder e votar. Não custa nada.  

sábado, 30 de junho de 2018

PEDRO JORGE FRASSATI

                         Modelo Vicentino do século XX
                                       04 julho 1925

A 6 de abril 1901 em Torim-Itália, nasce Pedro Jorge Frassat que ao longo da sua vida curta marcou os seus companheiros quer pelos seus exemplos de caridade quer pela sua palavra de honra, pelo seu carater de nunca dar o dito pelo dito, jovem alegre e bem-educado onde os seus pais souberam transmitir e que ele respeita religiosamente. Ainda muito jovem com idade 24 anos no dia 4 de julho de 1925 partiu definitivamente para o Pai. Este ano em celebração recordamos 93 anos sobre a falecimento considerado um Modelo Vicentino.
Seu pai foi diretor do jornal «Lá Stampa» e embaixador de Roma em Berlim. E de uma mãe admirável que nele soube incutir o culto da verdade, simpatia e virilidade apreciada por todos seus amigos.
O que marcou pessoalmente como vicentino foi aos 17 anos entrou para a Conferência S. Vicente de Paulo nos Padres Jesuítas do Instituto Social e dali passou para o Círculo Universitário. Para todos nós vicentinos, nos dá grande prazer é tomar conhecimento de algumas partes do seu percurso desde criança até jovem que não ultrapassou duas dúzias de anos e que para os nossos vicentinos jovens de hoje, servira de grande exemplo de vida Cristã pela sua simplicidade, sabedoria, humildade e serviço aos pobres, não regateava esforços. Foi um Jovem que se dedicava muitas horas à oração do terço e vigília noturna e ao jejum. Ainda na montanha observava escrupulosamente o jejum.  Numa excursão durante a quaresma jejuou ao modo clássico, no dia em que devia guiar uma leva de alpinistas menos experimentados. Fizeram-lhe observar que seria melhor ter comido: com aquela saúde, com aquele estômago…
- Mas atalhou ele ironicamente – se não jejuam os fortes e os são, quem há-de jejuar?...
Mas depois de devidas insistência, acabou por comer, lá seguiram.
Recuemos agora aos tempos de criança e adolescente.
Um dia acorda estremunhado e saído debaixo do cobertor que o cobria chega á sala onde se encontrava a sua mãe.
Esta admirado pergunta-lhe:
- Dodo, que foi?  (1)
- Mamã! Jesus era órfão?
E os olhos rebentam-lhe em lágrimas enormes. Ouvira com certeza falar de que Nosso Senhor enquanto Deus não tinha mãe, enquanto homem não tinha pai e esta verdade do catecismo que todos nós aprendemos sem surpresa, nele, por uma intuição infantil deveras original, produzira este desabafo de ternura.
Admirada, comovida, a mãe teve um repente feliz:
- Não, meu filho, Jesus não é órfão…
- Então Ele tem pai?
- Ate tem dois: um no céu, outro na terra.
Já de rosto desanuviado, ficou num sino e bem-disposto voltou a adormecer.

Na véspera de Natal, já com 12 anos idade, uma tia paterna deu-lhe 50 liras, recomendando-lhe que as pusesse a render. Chega a casa com as moedas que pesavam muito, foi ter com uma criada da casa, mãe de família e num sorriso de ventura disse-lhe:
- Tome lá e compre alguma coisa para os seus filhos. Era um modo original de pôr as 50 liras a render.
Foi assim que agia de igual maneira com Frau Daniele, uma velha criada alemã, acamou. Perguntava-lhe se precisava de alguma coisa? Ele lá dizia; deixe, eu vou buscar.
Fazia isto a uma criada de serviço idosa e com as suas cismas, como o faria ao pai e à mãe. Uma delicadeza solicita, pronta a dar-se e a prestar serviços – tal foi um dos carateres mais amáveis desta criança eleita.
 (1) Nome familiar de ternura.

Estes são alguns pequenos excertos de vida retiradas da sua biografia, autor: E. Vasconcelos-Livraria Apostólico da Imprensa Porto.
Estamos no princípio do século XX, na nossa era para muitos, mas para os mais novos, será pouco conhecida a sua história embora haja referencias, breves do livre de Modelos Vicentinos.
Conta na sua biografia várias histórias da sua passagem e convivência com os Padres Jesuítas, que marcou a sua participação e ação de vicentino. Algumas vezes era visto de terço na mão a rezar na igreja. Com os seus amigos nas suas incursões pelos montes nas aventuras de alpinismo e escalada, era nesses meios da neve que meditava, jejuava a descobrir Deus. Era um jovem franco e de palavra uma delas serviu-se a bom uso a amizade dos seus amigos, que tantos bons exemplos de sinceridade, honestidade firma da palavra dada e percorrendo de fugida, a sua atividade vicentina o absorveu porque, conforme afirmava e fazia mais bem aos seus amigos vicentinos do que aos pobres. A um tipógrafo amigo, que se lhe queixava do desânimo de certos operários modernos, angustiados por grande miséria morais, observava-lhe: «Olha para se curarem, seria bom que fizessem a visita aos pobres».


Eis o texto da lápide, na Igreja da Crocetta (paróquia de Nossa Senhora das Graças) – Turim:
VI abril MCMI – IV julho MCMXXV
Pedro Jorge Frassati
Apóstolo da caridade, aqui na oração e união eucarística cotidiana, conseguiu luz e força para combater o bom combate, realizar o curso da vida e responder sereno à inesperada chamada de Deus, como bom soldado de Cristo.

Recordação e estímulo aos rapazes.


sábado, 23 de junho de 2018

O ter ou não ter ex. a questão…

Ser ou ter uma vida de prática de pobreza, abstrair-se de riquezas não é mal nem pecado
nenhum embora possa haver menos regalias económicas pessoais que estamos de alguma maneira, habituados. No entanto Jesus diz: Não vos preocupeis quanto à vossa vida que levais; como arranjar de comer, nem quando o corpo precisa de vestir pois Deus sabe do que precisais e não vos deixa sozinhos. Há outra parte ainda bem recente que vem da vontade dos Bispos Conciliares no Concilio Ecuménico II, ouve vontade que a igreja dos pobres; ao convite de ter uma vida mais recatada, mais económica e menos pomposa. Um dos bispos do grupo destaca-se D. Hélder Câmara, na altura bispo-auxiliar de R.J, com as suas circulares conciliares que mais tarde se juntaram mais 300 bispos. Os olhos do mundo inteiro virar-se-iam para nós… «Mas incomodaríamos demasiado os nossos irmãos que ainda não foram tocados pela graça do amor à pobreza» Seria grande o perigo de nos exibirmos como fariseus. Isto pode nos dar uma ideia ao convite de Jesus aos seus discípulos: Não vos inquieteis, dizendo: "Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?" Os vicentinos, tem muito esta preocupação com o estado económico, mas devíamos todos procurar primeiro o reino de Deus e a sua justiça.
  
Evangelho segundo S. Mateus 6,24-34.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
Por isso vos digo: Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário?
Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas?
Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura?
E porque vos inquietais com o vestuário?
Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam; mas, Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?
Não vos inquieteis, dizendo: "Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?"
Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado».


Os Preceitos e a paciência


Na Bíblia em Provérbios Capítulo 6 versículos 20-23, fala-nos dos preceitos como devemos guardar, tratar, servir e seguir os nossos devemos ter em relação com os nossos pais.

Meu filho, guarda os preceitos do teu pai
E não desprezes os ensinamentos da tua mãe.
Trá-los constantemente sobre o coração
E ligados em volta do pescoço.
Servir-te-ão de guia no teu caminho,
Velarão por ti, quando dormires
E falar-te-ão, quando despertares.
Na verdade, o preceito é uma lâmpada,
O ensinamento é uma luz
E a correção é o caminho da vida.

A nossa vida nos ensina a relação de afetos e de amor quando estamos a tratar dos nosso pais porque são idosos, doentes sem forças para caminhar, ou sem capacidades para serem autónomos, mas, todos nós sabemos o quanto é doloroso pela falta de paciência que temos muitas vezes com os nossos pais. Sabemos e constatamos que muitas vezes que a nossa mãe ou o nosso pai, nos lembra das coisas mais que uma vez, está sempre a repetir a mesma coisa sei lá quantas vezes no inicio do dia, é ao almoço ou quando vamos sair, ela está sempre a repetir: Meu filho não te esqueças de levar agasalho. Olha; não te esqueças de dizer ao teu filho que tenha cuidado na escola. Não te esqueças de levar a botija para te aquecer os pés agora no inverno. A nossa mãe está sempre a repetir sempre a mesma coisa quantas e quantas vezes… Olho para ela ou para ele e penso um dia eu não os vou mais ter por perto, um dia vamos sentir a sua falta dos dois. Vai chegar a altura que vamos ter saudades e desejaríamos tê-los de novo ao nosso lado, mas não vai ser assim. Quantas vezes estas lembranças são ditas sem conta.
Te poderei dizer, tem paciência para com os teus pais, tem paciência e ajuda-os na sua caminhada que falta. Têm paciência… Por isso a partir de hoje, se estiveres longe… liga-lhes e fala com eles. Se estás em casa, senta-te ao lado deles e abraça-os, beija-os e se for caso disso, diz-lhe que amanha estas outra vês sentado aos pés deles.
Na primeira parte da bíblia em provérbios e da segunda em que o convite é feito para termos paciência, vou deixar uma carta como se fosse uma mensagem dos nossos pais dirigida a cada um de nós que gostaria que depois possam ler com calma.


Meu amado filho
Minha amada filha.

No dia em que teu velho não for mais o mesmo tem paciência e compreende-me. Quando deixar cais comida sobre a minha camisa ou as milhas saias e quando me esquecer como de atar os meus sapatos, tem paciência comigo e lembra-te das horas que passei a ensinar-te a fazer as mesmas coisas. Se conversares comigo e se repetir as mesmas estórias que já sabes como terminam, não me interrompas escuta-me, quando eras criança para dormires tive que te contar milhares de vezes a mesma estória até que fechasses os teus pequenos olhinhos. Quando estivermos reunidos e sem crer fizer as minhas necessidades não fiques com vergonha de mim, compreende que não tenho culpa disso pois já não poderei controlar. Pensa quantas vezes pacientemente eu troquei as tuas roupas, te limpei e sempre limpo e a cheirar bem e não me reproves se eu não quiser tomar banho, mas tem paciência comigo. Lembra-te dos momentos que te persegui e os mil pretextos que inventavas para me convencer a não tomar banho!
Quando me vires inútil, ignorante na frente das novas tecnologias ou no telemóvel, peço que me dez todos o tempo necessário e não me critiques com o sorriso sarcástico, lembra-te que foi eu que te ensinei também coisas, ensinei a comer, a vestir, a andar isso foi o esforço da minha perseverança. Se em algum momento ao conversarmos com eu me esquecer de que estávamos a falar tem paciência, não grites comigo e ajuda-me a lembrar, talvez a única coisa importante naquele momento seja o facto de ver vocês perto de mim dando-me atenção. Se alguma vez não quiser comer, que tu saibas insistir com carinho assim como eu fiz tantas vezes contigo. Que também compreendas que com o tempo não terei dentes fortes e nem agilidade para engolir e tu deverás colocar a comida na minha boca, tem paciência comigo e quando as minhas pernas falharem por estarem tão cansadas e eu já não mais conseguir equilibrar com ternura da minha mão para me apoiar como fiz quando tu, começas-te a caminhar com as tuas peninhas frágeis. E se algum dia me ouvires dizer que não quero mais viver, não te aborreças comigo, algum dia entenderás que não tem haver com o teu carinho ou com quanto te amo. Compreende para mim como é, difícil ver a vida abandonando aos poucos o meu corpo que é duro de medir, já não tenha mais vigor para correr ao teu lado, ou para te tomar nos meus braços como antes. Sempre quis o melhor para ti e sempre me esforcei para que o teu mundo fosse mais confortável, mais belo, mais florido e até quanto me foi terei deixado para ti outra rota em outro tempo, mas estou certo de estar sempre presente no teu pensamento. Não te sintas triste ou impotente e se me vires assim com um andarilho, não me olhes com cara de pena, dá-me apenas o teu coração, compreende-me e acolhe-me como quando começaste a viver, isso me dará muita força e muita coragem da mesma maneira que te acompanhei no início da tua jornada. Peço-te que me acompanhes para terminar a minha, não me deixes sozinho, trata-me com amor e paciência e eu te devolverei sorrisos e gratidão com mesmo amor que sempre tive por ti.
Atenciosamente teu Pai ou a tua Mãe.