Na Bíblia em
Provérbios Capítulo 6 versículos 20-23, fala-nos dos preceitos como devemos
guardar, tratar, servir e seguir os nossos devemos ter em relação com os nossos
pais.
Meu filho, guarda os preceitos do teu
pai
E não desprezes os ensinamentos da
tua mãe.
Trá-los constantemente sobre o
coração
E ligados em volta do pescoço.
Servir-te-ão de guia no teu caminho,
Velarão por ti, quando dormires
E falar-te-ão, quando despertares.
Na verdade, o preceito é uma lâmpada,
O ensinamento é uma luz
E a correção é o caminho da vida.
A nossa vida nos ensina
a relação de afetos e de amor quando estamos a tratar dos nosso pais porque são
idosos, doentes sem forças para caminhar, ou sem capacidades para serem autónomos,
mas, todos nós sabemos o quanto é doloroso pela falta de paciência que temos muitas
vezes com os nossos pais. Sabemos e constatamos que muitas vezes que a nossa
mãe ou o nosso pai, nos lembra das coisas mais que uma vez, está sempre a
repetir a mesma coisa sei lá quantas vezes no inicio do dia, é ao almoço ou
quando vamos sair, ela está sempre a repetir: Meu filho não te esqueças de
levar agasalho. Olha; não te esqueças de dizer ao teu filho que tenha cuidado
na escola. Não te esqueças de levar a botija para te aquecer os pés agora no
inverno. A nossa mãe está sempre a repetir sempre a mesma coisa quantas e
quantas vezes… Olho para ela ou para ele e penso um dia eu não os vou mais ter
por perto, um dia vamos sentir a sua falta dos dois. Vai chegar a altura que vamos
ter saudades e desejaríamos tê-los de novo ao nosso lado, mas não vai ser
assim. Quantas vezes estas lembranças são ditas sem conta.
Te poderei dizer, tem
paciência para com os teus pais, tem paciência e ajuda-os na sua caminhada que
falta. Têm paciência… Por isso a partir de hoje, se estiveres longe… liga-lhes
e fala com eles. Se estás em casa, senta-te ao lado deles e abraça-os, beija-os
e se for caso disso, diz-lhe que amanha estas outra vês sentado aos pés deles.
Na primeira parte da
bíblia em provérbios e da segunda em que o convite é feito para termos
paciência, vou deixar uma carta como se fosse uma mensagem dos nossos pais dirigida
a cada um de nós que gostaria que depois possam ler com calma.
Meu
amado filho
Minha
amada filha.
No
dia em que teu velho não for mais o mesmo tem paciência e compreende-me. Quando
deixar cais comida sobre a minha camisa ou as milhas saias e quando me esquecer
como de atar os meus sapatos, tem paciência comigo e lembra-te das horas que
passei a ensinar-te a fazer as mesmas coisas. Se conversares comigo e se
repetir as mesmas estórias que já sabes como terminam, não me interrompas
escuta-me, quando eras criança para dormires tive que te contar milhares de
vezes a mesma estória até que fechasses os teus pequenos olhinhos. Quando
estivermos reunidos e sem crer fizer as minhas necessidades não fiques com
vergonha de mim, compreende que não tenho culpa disso pois já não poderei
controlar. Pensa quantas vezes pacientemente eu troquei as tuas roupas, te
limpei e sempre limpo e a cheirar bem e não me reproves se eu não quiser tomar banho,
mas tem paciência comigo. Lembra-te dos momentos que te persegui e os mil
pretextos que inventavas para me convencer a não tomar banho!
Quando
me vires inútil, ignorante na frente das novas tecnologias ou no telemóvel,
peço que me dez todos o tempo necessário e não me critiques com o sorriso
sarcástico, lembra-te que foi eu que te ensinei também coisas, ensinei a comer,
a vestir, a andar isso foi o esforço da minha perseverança. Se em algum momento
ao conversarmos com eu me esquecer de que estávamos a falar tem paciência, não
grites comigo e ajuda-me a lembrar, talvez a única coisa importante naquele
momento seja o facto de ver vocês perto de mim dando-me atenção. Se alguma vez
não quiser comer, que tu saibas insistir com carinho assim como eu fiz tantas
vezes contigo. Que também compreendas que com o tempo não terei dentes fortes e
nem agilidade para engolir e tu deverás colocar a comida na minha boca, tem
paciência comigo e quando as minhas pernas falharem por estarem tão cansadas e
eu já não mais conseguir equilibrar com ternura da minha mão para me apoiar
como fiz quando tu, começas-te a caminhar com as tuas peninhas frágeis. E se
algum dia me ouvires dizer que não quero mais viver, não te aborreças comigo,
algum dia entenderás que não tem haver com o teu carinho ou com quanto te amo.
Compreende para mim como é, difícil ver a vida abandonando aos poucos o meu
corpo que é duro de medir, já não tenha mais vigor para correr ao teu lado, ou
para te tomar nos meus braços como antes. Sempre quis o melhor para ti e sempre
me esforcei para que o teu mundo fosse mais confortável, mais belo, mais
florido e até quanto me foi terei deixado para ti outra rota em outro tempo,
mas estou certo de estar sempre presente no teu pensamento. Não te sintas
triste ou impotente e se me vires assim com um andarilho, não me olhes com cara
de pena, dá-me apenas o teu coração, compreende-me e acolhe-me como quando começaste
a viver, isso me dará muita força e muita coragem da mesma maneira que te
acompanhei no início da tua jornada. Peço-te que me acompanhes para terminar a
minha, não me deixes sozinho, trata-me com amor e paciência e eu te devolverei
sorrisos e gratidão com mesmo amor que sempre tive por ti.
Atenciosamente
teu Pai ou a tua Mãe.
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