Estamos vivendo em uma época na qual boa parte das pessoas estão
cada vez mais preocupadas consigo mesmas. O egoísmo e o individualismo estão
superando as previsões mais conservadoras. As pessoas falam apenas de dinheiro,
carros, compras, viagens, bens patrimoniais e elementos relacionados ao aspeto material.
Há pouco espaço para o
espiritual e para os valores familiares. Casamentos e filhos, por exemplo, são
assuntos quase proibidos! É, de facto, um cenário devastador para todos os
cristãos, especialmente para nós, vicentinos, que lutamos para construir um
mundo mais fraterno e menos desigual. É por isso que a mensagem salvífica de
Cristo continua atual e torna-se cada vez mais necessária num ambiente em que a
maldade parece superar a bondade.
Nas redes sociais, por exemplo, é possível verificar a futilidade
das pessoas e o grau bastante raso que os indivíduos têm ao se manifestarem
publicamente. Elas procuram mostrar uma pretensa imagem de felicidade, ao
estarem rodeadas de amigos, mas na verdade são pessoas solitárias,
psicologicamente fragilizadas e tristes. Basta conferir os comentários delas,
publicados nos sites de relacionamento pessoal.
O que dizer disso tudo? É realmente dececionante e devastador
comprovar que as pessoas estão, a cada dia, mais fechadas nos seus mundos. E o
que isso tem a ver com o trabalho de promoção humana da Sociedade de São
Vicente de Paulo? Tudo! A ação de caridade desenvolvida pelos confrades e
consorcias é calçada na colaboração e na solidariedade, só podendo ser
praticada por pessoas desapegadas e com um olhar aberto ao próximo.
Já o egoísta, por natureza, é uma pessoa que se preocupa
unicamente consigo mesma. Ele não tem com quem debater um assunto, pois não
precisa prestar contas a ninguém. Sua forma de ver o mundo é extremamente
limitada. Ele tem enormes dificuldades em reconhecer as virtudes do próximo,
portanto, como poderá levar uma palavra amiga a quem está sofrendo? O egoísta
dificilmente rejubila-se com o sucesso do outro, por conta da inveja. Essas
pessoas não têm a humildade de reconhecer derrotas, nem a magnanimidade de
valorizar àqueles que se sobressaem nas atividades cotidianas.
Outro aspeto muito relevante: o estilo egoísta não se coaduna com o estilo da SSVP. Na nossa entidade, desde os primórdios da fundação, prevalece o “espírito colegiado” e o “desapego do próprio parecer” durante o processo de tomada de decisão. Falando mais claramente: as decisões são tomadas por consenso, escutando-se a todos e chegando-se a uma deliberação democrática e diplomática.
Outro aspeto muito relevante: o estilo egoísta não se coaduna com o estilo da SSVP. Na nossa entidade, desde os primórdios da fundação, prevalece o “espírito colegiado” e o “desapego do próprio parecer” durante o processo de tomada de decisão. Falando mais claramente: as decisões são tomadas por consenso, escutando-se a todos e chegando-se a uma deliberação democrática e diplomática.
O egoísta, por sua vez, toma decisões unilaterais, e assim,
prejudica o modo de ser da SSVP, cujo pilar reside no caráter coletivo das
deliberações. Essa é outra problemática que podemos verificar quando alguns
dirigentes vicentinos tomam decisões que são, posteriormente, consideradas
inadequadas, pois foram idealizadas fora do espírito vicentino, egoisticamente.
Por fim, é lamentável que tenhamos membros com esse perfil individualista. Essas pessoas, geralmente, também ingressam na SSVP com interesses particulares, e até mesmo políticos, aproveitando-se do caráter meritório da associação para catapultar temas de interesse pessoal. São pessoas que permanecem na SSVP até o momento em que não conseguem absorver mais nada da entidade. Depois, saem da Conferência e não deixam saudades.
Por fim, é lamentável que tenhamos membros com esse perfil individualista. Essas pessoas, geralmente, também ingressam na SSVP com interesses particulares, e até mesmo políticos, aproveitando-se do caráter meritório da associação para catapultar temas de interesse pessoal. São pessoas que permanecem na SSVP até o momento em que não conseguem absorver mais nada da entidade. Depois, saem da Conferência e não deixam saudades.
Cuidado com quem age dessa maneira, pois não possui o “selo de
Ozanam” em sua fronte. Essas pessoas precisam, na realidade, de ajuda
psicológica e de apoio espiritual para mudar suas próprias vidas, e somente
deveriam pertencer a grupos sociais ou similares após resolverem, primeiro, sua
delicada situação emocional.
(*) Cfd. Renato Lima, 46 anos, é o 16º Presidente geral da SSVP.
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